quinta-feira, 15 de março de 2018

RINGO STARR - SENTIMENTAL JOURNEY - 1970*****


42 anos antes de Paul McCartney fazer um álbum com os grandes estandartes do jazz que seu pai gostava, Ringo fez isso para sua mãe em “Sentimental Journey”, seu álbum de estreia na carreira solo em 1970, logo depois do fim dos Beatles.
"Sentimental Journey", o primeiro álbum da carreira solo de Ringo Starr foi lançado em 27 março de 1970 no Reino Unido e um mês depois, em abril, nos EUA. O álbum foi produzido por George Martin. Ringo começou a gravar esse projeto em outubro de 1969 e decidiu regravar canções antigas: estandartes e temas jazzísticos das décadas de 1930 e 1940. Mais que isso, ele pediu para sua própria mãe e alguns parentes escolherem o repertório. Mas a intenção era dar uma roupagem diferente para essas músicas. Ringo solicitou que uma série de músicos se dedicasse de maneira especial criando novos arranjos para cada faixa. Entre os envolvidos que recriaram as canções estavam Paul McCartney, George Martin, Klaus Voormann, Maurice Gibb, Quincy Jones, entre outros. Além da faixa-título, "Sentimental Journey" traz outras grandes pérolas como as belíssimas "Whispering Grass (Don't Tell the Trees)", "Stardust", "Bye Bye Blackbird" (também regravada por Paul McCartney em seu Kisses on the Bottom de 2012) e "Love Is a Many Splendoured Thing". Na capa, uma foto do pub The Empress em Dingle (o mais próximo do local onde o baterista nasceu), com fotos dos parentes de Ringo nas janelas.
O disco acabou não sendo bem recebido pela crítica. Todos apontavam para o mesmo 'defeito': "onde estava o rock’n’roll?". Entretanto, a intenção definitivamente não era fazer um disco de rock. Era um álbum conceitual, composto por canções pop do período entre guerras. Mesmo assim, o título ficou bem posicionado nas paradas. Com o passar dos anos, percebe-se que as críticas ao Sentimental Journey foram exageradas e injustas. Realmente não é um disco de rock ou um dos trabalhos mais significativos da trajetória solo de um dos ex-Beatles, e nem mesmo da carreira de Ringo. Porém, reconheceu-se mais tarde que o ataque selvagem empreendido pela imprensa da época foi exagerado. De qualquer forma, em 1970, Ringo mostrava ao mundo que estava na pista e possuía ótimas cartas na mão. Em setembro, iria lançar seu segundo solo, o interessante "Beaucoups of Blues", e em 73, o incomparável e aclamado álbum "Ringo".

2 comentários:

Dani disse...

A capa lembra um pouquinho a do disco do Led Zeppelin, Physical Graffiti. Ouvi o album no YouTube. Ringo tem o tipo de voz que cai muito bem para esse tipo de música. Pode não ser seu melhor trabalho, mas é bom. A crítica e o público da época não entenderam bem que o objetivo não era fazer um grande álbum de rock ou inventar a roda, como era o usual na época. Não sei se foi verdade, mas ele teria dito que fez um disco para agradar a mãe dele e pronto.

Edu disse...

Yes, it is. Valeu!